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Nasci em 21/4/34, nesta Natal, aldeiazinha boa para nela se morrer um dia. Infância comum, não fui de maneira nenhuma criança prodígio (...) tive a primeira sensação de que possuía algo de forte dentro de mim, e entrei a resistir ao que me cercava. De lá para cá, procuro fortalecer o meu desprezo pelo ontem para salvar o amanhã [...].
O maior cronista da cidade. Berilo, o BW (bedabliu) foi quem inventou a crônica moderna na Tribuna do Norte, quando assumiu a seção Revista da Cidade. Ali fez uma crônica à Rubem Braga, em que está o cotidiano de Natal, o rio Potengi, o peixe frito, a Redinha, os poetas, violeiros, a vida da cidade.
Berilo, além disso, foi promotor público, professor e diretor da faculdade de jornalismo, crítico de cinema, resenhista da melhor literatura, autor de samba canção e um exímio comentarista e conhecedor da MPB. Berilo foi múltiplo e foi total, influenciou toda uma geração de jornalistas, escritores e cinéfilos.
Apaixonado pela sua Maria Emilia, que conheceu pelas páginas do jornal (ela era a misteriosa leitora que lhe telefonava), pai de quatro filhos, Henrique, Milena, Rômulo e Alexandre, Berilo partiu cedo, aos 45 anos de idade. Lírico, poeta (que desgostava dos seus versos e publicou um livro de poemas) não deixou sequer um dia de escrever as suas crônicas.
Passou por diversos jornais, viveu na Europa e de lá mandava a sua revista, frequentava o bar de Nemésio, convivia com Newton Navarro e a turma toda. BW marca um tempo e uma geração da cidade perdida, cujas crônicas, que hoje perduram em livros póstumos, nos provocam a resgatar o apreço e a vocação para a vida na cidade Natal.